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20 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 23 AGOSTO 2021 1.2. Segundo: crescente exposição ao risco das explorações agrícolas europeias A crescente exposição ao risco por parte das explo- rações agrícolas europeias afeta o seu bem-estar económico, aumenta a procura de inovação em ter- mos de instrumentos de gestão do risco e estimula a intervenção política neste domínio (Chavas, 2011 55 ). Por exemplo, as alterações climáticas conduzem a uma maior frequência e gravidade de eventos climáticos extremos relevantes para a agricultura europeia, tais como ondas de calor, secas e chuvas fortes (e.g. Trnka et al ., 2014 56 ; Webber et al ., 2018 57 ). Alémdisso, os riscos de mercado e a volatilidade dos preços, bem como as incertezas devidas ao enqua- dramento das políticas agrícola e ambiental (risco de políticas) são cruciais para as explorações agrí- colas europeias (e.g. Tangermann, 2011 58 ; Meraner e Finger, 2019 59 ). Em resposta, as últimas reformas da PAC sublinharam fortemente o interesse das políticas em apoiar a gestão do risco por parte dos agricultores e introduziram novas medidas de apoio 55 Chavas, J. P. (2011). Agricultural policy in an uncertain world. European Review of Agricultural Economics 38: 383–407. https://doi.org/10.1093/erae/jbr023 56 Trnka, M., Rötter, R. P., Ruiz-Ramos, M., Kersebaum, K. C., Olesen, J. E., Žalud, Z. e Semenov, M. A. (2014). Adverse weather conditions for Euro- pean wheat production will becomemore frequent with climate change. Nature Climate Change 4: 637. https://doi.org/10.1038/nclimate2242 57 Webber, H., Ewert, F., Olesen, J. E., Müller, C., Fronzek, S., Ruane, A. C., Bourgault, M., Marte, P., Ababaei, B., Bindi, M., Ferrise, R., Finger, R., Fodor, N., Gabaldón-Leal, C., Gaiser, T., Jabloun, M., Kersebaum, K. C., Lizaso, J. I., Lorite, I. J., Manceau, L., Moriondo, M., Nendel, C., Rodríguez, A., Ruiz-Ramos, M., Semenov, M. A., Siebert, S., Stella, T., Stratonovitch, P., Trombi, G. e Wallach, D. (2018). Diverging importance of drought stress for maize and winter wheat in Europe. Nature Communications 9: 4249. https://doi.org/10.1038/s41467-018-06525-2 58 Tangermann, S. (2011). Risk management in agriculture and the future of the EU’s Common Agricultural Policy. International Centre for Trade and Sustainable Development. Issue Paper, 34. 59 Meraner, M. e Finger, R. (2019). Risk perceptions, preferences and management strategies: evidence from a case study using German livestock farmers. Journal of Risk Research 22: 110–135. https://doi.org/10.1080/13669877.2017.1351476 60 El Benni, N., Finger, R. e Meuwissen, M. P. (2016). Potential effects of the income stabilisation tool (IST) in Swiss agriculture. European Review of Agricultural Economics 43: 475–502. https://doi.org/10.1093/erae/jbv023 61 Di Falco, S., Adinolfi, F., Bozzola, M. e Capitanio, F. (2014). Crop insurance as a strategy for adapting to climate change. Journal of Agricultural Economics 65: 485–504. https://doi.org/10.1111/1477-9552.12053 62 Bardaji, I., Garrido, A., Blanco, I., Felis, A., Sumpsi, J. M., García-Azcárate, T., Enjolras, G. e Capitanio, F. (2016). Research for agri committee; state of play of risk management tools implemented by member states during the period 2014–2020: National and European frameworks. https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2016/573415/IPOL_STU(2016)573415_EN.pdf (acesso a 8 de fevereiro de 2021) 63 Comissão Europeia. (2017). Risk management schemes in EU agriculture; dealing with risk and volatility. https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/food-farming-fisheries/trade/documents/agri-market-brief-12_en.pdf (acesso a 8 de fevereiro de 2021) 64 Ver Nota 32. 65 Glauber, J. W. (2013). The growth of the federal crop insurance program, 1990–2011. American Journal of Agricultural Economics 95: 482–488. https://doi.org/10.1093/ajae/aas091 66 Turvey, C. G. (2012). Whole farm income insurance. JournalofRiskand Insurance 79: 515–540. https://doi.org/10.1111/j.1539-6975.2011.01426.x 67 Ver Nota 31. 68 Ver Nota 32. 69 Vroege, W., Dalhaus, T. e Finger, R. (2019). Index insurances for grasslands—a review for Europe and North-America. Agricultural Systems 168: 101–111. https://doi.org/10.1016/j.agsy.2018.10.009 (e.g. El Benni, Finger e Meuwissen, 2016 60 ; Di Falco et al ., 2014 61 ; Bardaji et al ., 2016 62 ; Comissão Europeia, 2017 63 ; Meuwissen et al ., 2018 64 ). Nos últimos anos, em países como os Estados Unidos e o Canadá, foram desenvolvidos e integrados diversos novos mecanismos de seguros (por exemplo, seguros de receitas e margens, seguros de colheitas com base na produtividade por hectare e em índices meteo- rológicos, seguros de rendimento) (Glauber, 2013 65 ; Turvey, 2012 66 ). Na Europa, porém, o aparecimento de novos mecanismos de seguros tem sido lento e há falta de soluções de seguros eficientes para res- ponder a riscos climáticos sistémicos, mas cada vez mais relevantes, como secas e ondas de calor (Bar- daji et al ., 2016 67 ; Meuwissen, Mey e van Asseldonk, 2018 68 ; Vroege, Dalhaus e Finger, 2019 69 ). Para melhor compreender a resposta dos agriculto- res ao riscoea suapotencial adoçãode instrumentos de gestão de risco, é necessário considerar a efetiva exposição ao risco a nível da exploração e do agre- gado familiar, bem como a perceção e preferências
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