cultivar_22_Final_PT
82 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 22 ABRIL 2021 comunitária 3 5,7%. Na Beira Litoral, este indicador atingia os 24,3%, ou seja, um quarto da população desta região fazia parte do agregado familiar e par- ticipava nos trabalhos das explorações agrícolas. Assim, o próprio desenvolvimento socioeconómico dos territórios, leva a que, naturalmente, uma pro- porção considerável das pessoas que desenvolviam atividade na agricultura saiam para outros setores com outra capacidade para atraí-las, quer pelos melhores rendimentos, quer por melhores condi- ções globais de trabalho. 3 Média dos países com informação disponível Por outro lado, os níveis de produtividade do traba- lho da agricultura, em algumas regiões, são muito pouco competitivos quando comparados com a média da economia e, por isso, com muito pouca capacidade de assegurar rendimentos comparáveis, o que é mais um fator para dificultar os processos de sucessão destes pequenos produtores. Na Figura 15, comparando as produtividades do trabalho do setor primário e do total da economia, observa-se que é nas regiões com maiores diferenças de produtivi- dade do trabalho entre a Agricultura, Silvicultura e Caça e a média da economia que se têm verificado Figura 14 − Peso da população agrícola familiar com atividade nas explorações agrícolas na população residente Fonte : RA1989/90, RA2009/10, e Estimativas da População Residente 13 Este ajustamento estrutural e de modernização da agricultura resulta, em grande medida, dos impactos da adesão a um mercado único mais competitivo face às características estruturais das explorações, mas também é consequência do impacto do desenvolvimento económico, onde outros setores económicos mostram uma maior capacidade de atração de pessoas. Mais uma vez note-se que, em Portugal em 1990, 15% da população res dente desenvolvia trab lho nas explorações agrícolas da f mília (Fig r 14), um valor muito elevado quando comparado com outras economias mais desenvolvidas (Reino Unido 0,8%; França 3,0%; Espanha 7,0%) ou mesmo com a média comunitária 4 5,7%. Na Beira Litoral, este indicador atingia os 24,3%, ou seja, um quarto da população desta região fazia parte do agregado familiar e participava nos trabalhos das explorações agrícolas. Assim, o próprio desenvolvimento socioeconómico dos territórios, leva a que, nat uralmente , uma proporção considerável das pessoas que desenvolviam atividade na agricultura saiam para outros setores com outra capacidade para atraí-las, quer pelos melhores rendimentos, quer por melhores condições globais de trabalho. Figura 14 − Peso da população agrícola familiar com atividade nas explorações agrícolas na população residente Fonte: RA1989/90, RA2009/10, e Estimativas da População Residente Por outro lado, os níveis de produtividade do trabalho da agricultura, em algumas regiões, são muito pouco competitivos quando comparados com a média da economia e, por isso, com muito pouca 4 Média dos países com informação disponível Figura 15 − Comparação da produtividade do trabalho da agricultura, silvicultura e caça com a produtividade do total da economia por Região (média 2000-2001-2002) Fonte : Contas Económicas da Agricultura Regionais capacidade de assegurar rendimentos comparáveis, o que é mais um fator para dificultar os processos de sucessão destes pequenos produtores. Na Figura 15, comparando as produtividades do trabalho do setor primário e do total da economia, observa-se que é nas regiões com maiores diferenças de produtividade do trabalho entre a Agricultura, Silvicultura e Caça e a média da economia que se têm verificado os maiores impactos ao nível da perda de SAU e do número de explorações. Na Beira Litoral, a produtividade do total da economia é 5,3 vezes a da Agricultura, Silvicultura e Caça, evidenciando a dificuldade competitiva deste setor para competir com os outros na atração da mão-de-obra e investimento nestas zonas. Figura 15 − Comparação da produtividade do trabalho da agricultura, silvicultura e caça com a produtividade do total da economia por Região (média 2000-2001-2002) Fonte: Contas Económicas da Agricultura Regionais Este conjunto de fatores evidenciados promoveram, tal como já se referiu, reestruturações significativas no tecido produtivo agrícola português, tanto no desaparecimento de um número elevado de explorações ao longo do tempo e consequente dificuldade de proceder à continuidade de 0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 EDM TM BL BI RO ALT ALG €/ETC Regiões Agrárias Prrodutividade da Economia (VAB/Pop empregada ETC) Produtividade Agricultura Silvicultura e Caça (VAB/Pop empregada ETC)
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