cultivar_22_Final_PT

80 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 22 ABRIL 2021 contabilidade, nem qualquer registo sistemático de receitas e despesas, sendo que na Beira Litoral e no Entre Douro e Minho esse número atingia os 97% e 96% respetivamente. iii) Ocupação cultural A análise da evolução dos grandes tipos de superfí- cie que compõem a SAU mostra ainda outro tipo de dinâmicas. Independentemente da região, verifica- -se uma quebra muito acentuada da área ocupada com terras aráveis. No Continente, entre 1989 e 2019, verificou-se uma diminuição de 56,8% (quebra de 13,1% entre 2009 e 2019), chegando a cair mais de 70% no Algarve. No Alentejo, os 60,2% de quebra representam perto de 770 mil ha que mudaram o seu tipo de utilização. Grande parte da área ocupada por terras aráveis foi convertida em pastagem permanente, salientando- -se o aumento generalizado deste tipo de superfície: 166%no Continente (16,8%entre 2009 e 2019) emais de 234% no Alentejo (16,7% entre 2009 e 2019), cor- respondendo nesta região a um acréscimo de cerca de 918 mil ha de pastagens. O impacto das políticas inerentes à adesão à União Europeia (UE), e a decorrente abertura dos merca- dos, tiveram uma importância substancial nesta alteração. Entre essas consequências, pode-se evi- denciar, numa primeira fase, a descida dos preços à produção das culturas arvenses e, posteriormente, o desligamento das ajudas a este tipo de culturas, associado àmanutenção de pagamentos ligados aos setores das vacas em aleitamento e ovinos e capri- 11 Variação absoluta (%) Variação relativa (%) com hábitos de gestão igualmente muito pouco desenvolvidos. Mais de 94% das explorações não detinham contabilidade, nem qualquer registo sistemático de receitas e despesas, sendo que na Beira Litoral e no Entre Douro e Minho esse número atingia os 97% e 96% respetivamente. iii) Ocupação cultural A análise da evolução dos grandes tipos de superfície que compõem a SAU mostra ainda outro tipo de dinâmicas. Independentemente da região, verifica-se u a quebra muito acentuada da área ocupada com terras aráveis. No Continente, entre 1989 e 2019, verificou-se uma diminuição de 56,8% (quebra d 13,1% entre 2009 e 2019), chegando a cair mais de 70% no Alg rve. No Alentejo, s 60,2% de quebra repr sentam p r o e 770 mil ha que mudaram o seu tipo de utilização. Grande parte da área ocupada por terras aráveis foi convertida em pastagem permanente, salientando-se o aumento generalizado deste tipo de superfície: 166% no Continente (16,8% entre 2009 e 2019) e mais de 234% no Alentejo (16,7% entre 2009 e 2019), correspondendo nesta região a um acréscimo de cerca de 918 mil ha de pastagens. Figura 11 − Variação da terra arável por Região Agrária (2019-1989) Fonte: RA1989 e IEEA2019 O impacto das políticas inerentes à adesão à União Europeia (UE), e a decorrente abertura dos mercados, tiveram uma importância substancial nesta alteração. Entre essas consequências, pode-se evidenciar, numa primeira fase, a descida dos preços à produção das culturas arvenses e, posteriormente, o desligamento das ajudas a este tipo de culturas, associado à manutenção de pagamentos ligados aos setores das vacas em aleitamento e ovinos e caprinos. Estas circunstâncias tiveram um impacto particularmente relevante sobre os solos mais pobres e com produtividades mais baixas, promovendo a mudança da sua utilização. Figura 12 −Variação das culturas permanentes por Região Agrária (2019-1989) Variação relativa (%) Variação absoluta (ha) Fonte : RA1989 e IEEA2019 Figura 11 − Variação da terra arável por Região Agrária (2019-1989) 11 Variação absoluta (%) Variação relativ (%) com hábitos de gestão igualmente muito pouco desenvolvidos. Mais de 94% das explorações não detinham contabilidade, nem qualquer registo sistemático de receitas e despesas, sendo que na Beira Litoral e no Entre Do ro e Minho esse númer atingia os 97% e 96% respetivamente. iii) Ocupação cultural A análise da evolução dos grandes tipos de superfície que compõem a SAU mostra ainda outro tipo de dinâmicas. Independentemente da região, verifica-se uma quebra muito acentuada da área ocupada com terras aráveis. No Continente, entre 1989 e 2019, verificou-se uma diminuição de 56,8% (quebra de 13,1% entre 2009 e 2019), chegando a cair mais de 70% no Algarve. No Alentejo, os 60,2% de quebra representam perto de 770 mil ha que mudaram o s u tipo de utilização. Grande parte da área ocupada por terras aráveis foi convertida em pastagem permanente, salientando-se o aumento generalizado deste tipo de superfície: 166% no Continente (16,8% entre 2009 e 2019) e mais de 234% no Alentejo (16,7% entre 2009 e 2019), correspondendo nesta região a um acrés imo de cerca de 918 mil ha de pastagens. Figura 11 − Variação da terra arável por Região Agrária (2019-1989) Fonte: RA1989 e IEEA2019 O impacto das políticas inerent s à adesão à União Europeia (UE), e a decorrent abertu a dos mercados, tiveram u a i portância sub tanci l nesta alteração. Entre essa consequências, pode-s evid nciar, numa primeira f se, a descida os preços à produção das culturas rvens s e, posteriormente, o desligamento das judas este tipo de culturas, ssociado à manutenção de pagamentos ligados a s setor s das v cas em aleitamento e ovinos e caprinos. E ta circunstâncias tiveram u i pacto particularment relevante sobre os s los mais pobres e com produtividades mais baixas, promovendo a mudanç da su utilização. Figura 12 −Variação das culturas permanentes por Região Agrária (2019-1989) Variação relativa (%) Variação absoluta (ha) Variação absoluta (ha) Variação relativa (%) Fonte: RA1989 e IEEA2013 Muitos destes solos passaram a estar afetados a novas funções que, também aqui, se diferenciam nas suas dinâmicas. Onde existia estrutura fundiária com dimensão suficiente para suportar um processo de extensificação, foram integrados na SAU com utilização na pastorícia. Numa análise mais fina, verifica-se ainda, em alguns casos em que associada à estrutura fundiária existe disponibilidade de Fonte : RA1989 e IEEA2013 Figura 12 − Variação das culturas permanentes por Região Agrária (2019-1989) Fonte: RA198 e IEEA2013 Muitos destes sol s passar m a estar fetados a novas funções que, também aqui, se diferenciam nas suas dinâmicas. Onde xist a estrut ra fundiár a com dimensão suficient para suporta um processo de xtensificação, foram integrados na SAU com utilização na pastorícia. Numa análise mais f na, verifica-se ainda, em alguns caso em que associad à estru ura fundiária existe disponibilidade Variação absoluta (ha) Variação relativa (%)

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