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60 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 22 ABRIL 2021 diversas análises da OCDE. Os exemplos incluem o trabalho da organização emmatéria de digitalização, que recorre ao seu quadro de bem-estar como forma de compreender as várias ameaças e oportunidades criadas; e o trabalho sobre mitigação climática, onde a mesma abordagem de bem-estar foi usada para ampliar a avaliação do impacto das ações de miti- gação na vida das pessoas, além dos efeitos no PIB. Uma abordagem de bem-estar foi também utilizada em certos países na análise à política de migração e habitação e à forma como a contratação pública pode ser usada para apoiar objetivos de bem-estar e crescimento. A um nível mais macro, o processo orçamental e a afetação de recursos representam um poderoso mecanismo para ampliar a tomada de decisões “além do PIB”, incluindo o acompanhamento de um painel de indicadores de bem-estar para enqua- drar ( ex ante ) o debate orçamental e complementar os habituais relatórios económicos e fiscais que normalmente acompanham o orçamento. Desde 2015, foram dados passos nesta direção em França (“Novos Indicadores de Riqueza”, sob a orientação do Gabinete do Primeiro Ministro); desde 2017, em Itália (“Documento Económico-Financeiro”, condu- zido pelo Ministério da Economia e Finanças) e, tam- bém desde 2017, na Suécia (“Novas Medidas para o Bem-Estar”, desenvolvidas pelas Estatísticas da Suécia e coordenadas pelo Ministério das Finanças) Em alguns países (por exemplo, Itália), as propostas de orçamento são também avaliadas quanto ao impacto esperado em diferentes resultados de bem- -estar durante um determinado período, em compa- ração comum cenário de manutenção do status quo . Na Nova Zelândia, o governo recorreu a uma análise de evidência de bem-estar, incluindo o novo Qua- dro de Níveis de Vida, elaborado pelo Ministério das Finanças, para identificar cinco prioridades para o “Orçamento do Bem-Estar” de 2019. A um nível mais fino, o Ministério das Finanças neozelandês adaptou o seu modelo de análise de custo-benefício às pro- postas de despesa de cada ministério, de modo a incluir explicitamente considerações de bem-estar e sustentabilidade. Centrando-se numa perspetiva de mais longo prazo, foram tambémdesenvolvidos painéis de indicadores de bem-estar para refletir a maneira como um país pensa sobre o progresso e o que significa ter uma vida decente hoje e no futuro. Alguns dos países que introduziram explicitamente quadros e indicadores de bem-estar nos seus planos de desenvolvimento estratégico a longo prazo, muitas vezes alinhados As métricas de bem-estar apoiam um processo integrado de decisão política
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