Cultivar_10_Trabalho na agricultura e as novas tendências laborais

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 10 DEZEMBRO 2017 90 respetivamente 22,8% e 67,2%. A evolução verifi- cada nos setores primário e secundário revela uma perda de importância relativa do emprego a favor do setor terciário. Durante o período em análise, o emprego, medido em número de pessoas, do setor primário tem vindo a apresentar um decrés- cimo acentuado (-1,8% ao ano, entre 1995 e 2015). O emprego do setor secundário regista uma evo- lução idêntica (-1,8% média anual 1995/2015), sobretudo devido ao decréscimo verificado na indús- tria têxtil (-2,9% média anual) e na construção (-2,1% média anual). A indústria apresentou um contributo médio negativo para a evolução do emprego nacional (-0,4 p.p.), infe- rior ao verificado no setor primário (-0,2 p.p.). O emprego no setor terciário tem crescido consecutivamente desde 1995, embora recuando no período da crise económico-financeira e retomando o crescimento a partir de 2012. Para a evolução positiva do emprego da economia entre 1995 e 2014 contribuíram as atividades adminis- trativas e dos serviços de apoio (0,14 p.p.), as ati- vidades de alojamento e restauração (0,11 p.p.), o comércio por grosso e a retalho (0,09 p.p.) e as ati- vidades jurídicas, de contabilidade, gestão, arqui- tetura, engenharia e atividades de ensaios e análi- ses técnicas (0,07 p.p.). Saliente-se que, se o emprego for medido em volume de trabalho (equivalentes a tempo com- pleto - ETC 4 ), verifica-se que o rácio entre o volume de trabalho e número de empregados é significa- 4 O emprego equivalente a tempo completo, que é igual ao número de empregos equivalentes a tempo completo, é definido como o total de horas trabalhadas dividido pela tivamente inferior no setor primário em resultado da maior relevância do trabalho a tempo parcial, o que não acontece na maior parte dos outros setores da economia. Em 2015, o setor primário empregou 458 mil pessoas, mas quando medido em ETC representa somente 282 mil unidades. b) As regiões NUTS III e o emprego Norte e Centro reúnem 76,5% do emprego do setor primário Analisando a distribuição do emprego do setor pri- mário por região NUTS II, observa-se uma concen- tração de 76,5% do emprego nas regiões Norte e Centro do país. Contudo, é de salientar o ganho de importância da região Norte (2,8p.p.) e perda da região Centro (-3,3 p.p.). As regiões NUTS III que apresentaram um maior contributo para o decrés- cimo do emprego primário entre 2000 e 2014 foram a região Oeste (-0,38 p.p.), área metropolitana do Porto (-0,22 p.p.) e região de Leiria (-0,20 p.p.). média anual de horas trabalhadas em empregos a tempo completo no território económico. Gráfico 3. Rácio entre o nº de ETC e o nº de empregados, por setor da economia em 2015 Fonte: GPP, a partir das Contas Nacionais, INE Data da última atualização: setembro de 2017 setor primário empregou 458 mil pessoas, mas quando medido em ETC representa somente 282 mil unidades. Gráfico 3: Rácio entre o nº de ETC e o nº de empregados, por setor da economia em 2015 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Sector secundário Sector terciário Sector primário Fonte: GPP, a partir das Contas Nacionais, INE Data da última atualização: setembro de 2017

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