Cultivar_10_Trabalho na agricultura e as novas tendências laborais

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 10 DEZEMBRO 2017 88 • A população agrícola familiar caracteriza-se, de uma forma global, por um peso significativo e crescente de pessoas com 65 ou mais anos, com um nível de instrução baixo, embora apresen- tando melhorias consideráveis, e com uma for- mação agrícola essencialmente assente na prá- tica, mas também neste caso, com significativos avanços. • A mão-de-obra agrícola familiar, em 2013, era composta por cerca de 518 mil pessoas (corres- pondentes a 230 mil Unidades de Trabalho Anual - UTA), a grande maioria (86,2%) a tempo parcial, mostrando uma tendência de aumento desta forma de participação nos trabalhos da explo- ração, associado a incremento da procura de outras fontes de rendimento fora da exploração. • A mão-de-obra que não faz parte da estrutura familiar do produtor representava, em 2013, um volume total de perto de 75 mil UTA (123 mil UTA em 1989), ou seja, cerca de 25% do volume total de mão-de-obra agrícola (15% em 1989). • Os trabalhadores assalariados com carácter per- manente representavam um volume de trabalho de 46 mil UTA (15% do volume total da mão-de- -obra agrícola e 7% em 1989), levado a cabo por cerca de 57 mil pessoas. • A mão-de-obra eventual representava 7,8% do volume de trabalho do Continente, em 2013, pro- porção que se mantém relativamente estável ao longo do tempo. • A mão-de-obra não contratada diretamente pelo produtor tem uma reduzida importância (1,6% do volume total de mão-de-obra em 2013), mas tem apresentado um aumento significativo (cres- cimento médio anual de 18% entre 2007 e 2013), parecendo ser um dos fatores que impulsionou o crescimento das remunerações de trabalho assa- lariado nos anos mais recentes. 2 3. O emprego no setor primário em Por- tugal a) O emprego na economia portuguesa Crescente “terciarização” do emprego na eco- nomia O setor primário 3 , não obstante representar apenas 2,4% do VAB, concentra 10% do emprego nacional em 2015. Já os setores secundário e terciário pesam 2 Face ao valor e crescimento acentuado de aquisições de serviços, parece ainda haver utilização de trabalho adicio- nal a esta mão-de-obra não contratada diretamente pelo produtor. 3 O setor primário inclui os ramos de atividade 01 (Agri- cultura, produção animal, caça e atividades dos serviços relacionados), 02 (Silvicultura e exploração florestal) e 03 (Pesca e aquicultura). Fonte:GPP,apartirdavariável “nºde indivíduos totaispor ramodeatividade,A38”dasContasNacionais, INE Data da última atualização: setembro de 2017 Gráfico 1. Estrutura do emprego por setor da economia (%) 3. O emprego no setor primário em Portugal a) O emprego na economia portuguesa Crescente “terciarização” do emprego na economia O setor primário 3 , não obstante representar apenas 2,4% do VAB, concentra 10% do emprego nacional em 2015. Já os setores secundário e terciário pesam respetivament 22,8% e 67,2%. A evolução verificada nos setores primário e secundário revela uma perda de importância relativa do emprego a favor do setor terciário. Gráfico 1: Estrutura do emprego por setor da economia (%) Gráfico 2: Evolução do emprego por setor da economia (1995=100) Fonte: GPP, a partir da variável “nº de indivíduos totais por ramo de atividade, A38” das Contas Nacionais, INE Data da última atualização: setembro de 2017 Durante o período em análise, o emprego, medido em número de p ssoas, do setor primário tem vindo a apresentar um decréscimo acentuado (-1,8% ao ano, entre 1995 e 2015). O e prego do setor secundário regista u a evolução idêntica (-1,8% média anual 1995/2015), sobretudo devido ao decréscimo verificado na indústria têxtil (-2,9% média anual) e na construção (-2,1% média anual). A indústria apresentou um contributo médio negativo para a evolução do emprego nacional (-0,4 p.p.), inferior ao verificado no setor primário (-0,2 p.p.). O emprego no setor terciário tem crescido consecutivamente desde 1995, embo recuando no período da crise económico-financeira e retomando o crescimento a p rtir de 2012. Para a evolução positiva do emprego da economia entre 1995 e 2014 contribuíram as atividades administrativas e dos serviços de apoio (0,14 p.p.), as atividades de alojamento e restauração (0,11 p.p.), o comércio por grosso e a retalho (0,09 p.p.) e as atividades jurídicas, de contabilidade, gestão, arquitetura, engenharia e atividades de ensaios e análises técnicas (0,07 p.p.). 14,5 12,6 11,9 11,2 10,0 32,9 33,2 29,0 25,2 22,8 52,6 54,2 59,2 63,7 67,2 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1995 2000 2005 2010 2015 Setor I Setor II Setor III 0 50 100 150 200 Setor I Setor II Setor III Economia Gráfico 2. Evolução do emprego por setor da economia (1995=100) 3. O empreg no setor primário em Portugal a) O emprego na econo ia portuguesa Cr scente “terciarização” do emprego na economia O setor primário 3 , não obstante representar apenas 2,4% do VAB, concentra 10% do emprego nacional em 2015. Já os setores secundário e terciário pesam respetivamente 22,8% e 67,2%. A evolução verificada nos setores primário e secundário revela uma perda de importância relativa do emprego a favor do setor terciário. Gráfico 1: Estrutura do emp ego por setor da economia (%) Gráfico 2: Evoluçã do empreg por setor da economia (1 Fonte: GPP, a partir da variável “nº de indivíduos totais por ramo de atividade, A38” das Contas Nacionais, INE Data a últim atu lização: setembro de 2017 Durante o período em análise, o emprego, medido em número de pessoas, do setor primário tem vindo a apresentar um decréscimo acentuado (-1,8% ao ano, entre 1995 e 2015). O emprego do setor secundário regista uma evolução idêntica (-1,8% média anual 1995/2015), sobretudo devido ao decréscimo verificado na indústria têxtil (-2,9% média anu l) e na construção (-2,1% édia anual). A indústria aprese tou um contributo médio negativo para a evolução do emprego nacional (-0,4 p.p.), inferior ao verificado no setor primário (-0,2 p.p.). O emprego no setor terciário tem crescido consecutivamente desde 1995, embora recuando no período da crise económico-financeira e retomando o cresciment partir de 2012. Para a evolução positiva do emprego da economia entre 1995 e 2014 contribuíram as atividades dministrativas e dos serviços de apoio (0,14 p.p.), as atividades de alojamento e restauração (0,11 p.p.), o comércio por grosso e a retalho (0,09 p.p.) e as atividades jurídicas, de contabilidade, gestão, arquitetura, engenharia e atividades de ensaios e análises técnicas (0,07 p.p.). S li nte- e que, se o empr go for medido em volum de trabalho (equivalentes a tempo completo - ETC 4 ), verifica-se que o rácio entre o volume de trabalho e número de empregados 14,5 12,6 11,9 11,2 10,0 32,9 33,2 29,0 25,2 22,8 52,6 54,2 59,2 63,7 67,2 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1995 2000 2005 2010 2015 SetorI SetorII SetorIII 0 50 100 150 200 Setor I Setor II Setor III Economia Fonte:GPP,apartirdavariável “nºde indivíduos totaispor ramodeatividade,A38”dasContasNacionais, INE Data da última atualização: setembro de 2017

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