Cultivar_10_Trabalho na agricultura e as novas tendências laborais

O trabalho na agricultura portuguesa 101 Em média, existe um volume de mão-de-obra agrí- cola de 8,7 UTA por 100 ha de superfície agrícola útil, mas esse valor é muito diferenciado consoante o tipo de exploração, verificando-se uma correlação inversa muito forte com a dimensão da exploração. As explorações de maior dimensão física são, por norma, mais extensivas e mais mecanizadas, onde a intensidade da mão-de-obra é muito inferior. • Mão-de-obra agrícola familiar Tempo de atividade agrícola (trabalho a tempo parcial) A mão-de-obra agrícola familiar era, em 2013, com- posta por cerca de 518 mil pessoas. Ou seja, perto de 86% do total da população agrícola familiar desempenha trabalhos na exploração agrícola. Des- tas, a grande maioria (86,2%) desempenham esses trabalhos a tempo parcial (76% em 1989 e 84% em 1999), mostrando uma tendência de aumento desta forma de participação nos trabalhos da exploração associado a incremento da procura de outras fon- tes de rendimento fora da exploração. Apesar desta tendência, o valor médio de trabalho da mão-de-obra agrícola familiar por pessoa tem- -se mantido relativamente constante: em média, uma pessoa que desempenha trabalhos na explo- ração agrícola ocupa 44% do seu tempo de traba- lho anual com esse trabalho (43% em 1993 e os mesmos 44% em 2003). Origem do rendimento do agregado domés- tico do produtor (plurirrendimento) Do total das explorações do Continente em 2013, apenas 16,9% tinham a maior parte do rendimento do agregado doméstico do produtor com origem na exploração agrícola, evidenciando claramente o caráter complementar que a atividade agrícola desempenha em termos globais. Regionalmente, e como seria de esperar, estes valores estão muito associados à dimensão das explorações, registan- do-se o valor mais baixo na Beira Litoral (11,6%) e o mais alto no Alentejo (22,9%). Em metade das explorações (50,3%), mais de 50% do rendimento do agregado doméstico do produ- tor provém de pensões e reformas. Este valor chega aos 61% na Beira Interior e Algarve. Em termos globais, esta procura por outros rendi- mentos, sendo estrutural na agricultura do Conti- Gráfico 17: Número de unidades de trabalho anual por 100 ha de Superfície Agrícola Útil (SAU) Fonte: GPP, a partir de INE 180.4 66.2 20.6 8.6 4.7 2 161.7 47.6 15 6.4 3.7 1.1 20.8 8.7 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 < 1 ha 1 ha - < 5 ha 5 ha - < 20 ha 20 ha - < 50 ha 50 ha - <100 ha 1989 2013 Média Nacional 1989 Média Nacional 2013 1989 1993 1995 1997 1999 2003 2005 2007 2009 2013 0,50 0,43 0,45 0,43 0,43 0,44 0,45 0,45 0,45 0,44 Quadro 6. Evolução do número de Unidades de Trabalho Anual por pessoa da mão-de-obra agrícola familiar Fonte: INE

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