CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

88 dades mais sensíveis, facilitaram a propagação de piriculariose (queimadura do arroz), levando a uma redução muito acentuada no arroz Japónica , prin- cipal variedade cultivada naquela região. Na vertente externa salienta-se um aumento substancial das exportações de arroz para a Tur- quia, promovendo o escoamento dos elevados stocks da campanha anterior. Portugal, enquanto tomador de preços no se- tor cerealífero, repercutiu a descida generalizada que se verificou quer no mercado mundial, quer na UE: milho (-17%), trigo (-14%) e cevada (-16%). O arroz foi também a exceção no que se refere aos preços, que registaram um aumento sensível face à campanha anterior, em particular nas vari- edades Japonica (285 face a 260 €/t) e Indica (311 face a 280 €/t). Leite O setor do leite atravessa um momento cruci- al no contexto do fim do regime de quotas leitei- ras que, em Portugal, vigorou nos últimos 25 anos, revestindo-se de acrescida importância o acompa- nhamento da performance do setor neste período. O ano de 2014 fica marcado por um cresci- mento significativo da produção de leite de vaca no quadro de uma situação de mercado global caraterizada por cotações em subida na segunda metade de 2013 e início de 2014, devido essenci- almente a quebras de produção na China em 2013, combinado com decréscimo de produção na pri- meira metade de 2013 nos EUA, UE, Nova Zelân- dia e Austrália. Em 2014 as entregas de leite registaram um crescimento de 4,2% face ao ano precedente. Se for tida em conta a campanha leiteira, que se ini- ciou em abril de 2014, o aumento da produção até dezembro foi de 4,1% e fez-se sentir em todas as regiões de Portugal, com particular relevo no Alentejo (+4,9%) e na Região Autónoma dos Aço- res (+5,3%). O preço do leite no final do ano de 2014 cifra- va-se em 34€/100kg, sensivelmente 8% inferior ao do mês homólogo de 2013, o que espelha a pres- são resultante do aumento da produção de leite emPortugal e naUE e dos efeitos indiretos do em- bargo decretado pela Federação Russa. O valor acrescentado bruto do setor foi, no ano em análise, de 817 milhões de euros, representan- do 12,3% da Produção do Ramo Agrícola. As exportações de leite e produtos lácteos re- gistaram uma dinâmica assinalável, tendo em 2014 ascendido a 283 milhões de euros, mais 2,5% face ao ano precedente e tiveram Espanha (41%) e Angola (27%) como principais destinos. As perspetivas de curto prazo no setor, de acor- do comos dados mais recentes divulgados pelaCo- missão Europeia, apontam para um crescimento moderado da produção de leite na UE no que res- peita a 2015 (1%), sendo já visível na maioria dos Estados-Membros (EM), mas não em Portugal, um abrandamento do ritmo de produção de leite. A procura global deverá permanecer sólida, as- sente no desempenho da China enquanto principal importador global, permanecendo incertezas resul- tantes do desempenho do euro e do eventual refor- ço das exportações norte-americanas resultantes do novomodelo de proteção de margens adotado. Carnes Carne de Bovino Em 2014 o efetivo bovino em Portugal cresceu 5% face ao ano transato, atingindo 1,55 milhões de cabeças. A produção de carne registou uma queda de 4,9% em 2014 face ao ano precedente, tendo o número de cabeças abatidas sofrido uma redução de 6,5%. O peso médio da carcaça foi de 234,1kg, superior em 1,5% ao ano de 2013. Os preços das categorias de referência manti- veram-se a um nível elevado, acima dos regista- dos em 2013 e também superiores às cotações de Espanha e na União Europeia. O valor (provisório) da produção do setor em 2014 foi de 455 milhões de euros, representando cerca de 7% do total do valor da Produção do Ramo Agrícola. A taxa de autoaprovisionamento em 2014 foi de 50,8%, que espelha a persistência de uma forte dependência do exterior para satisfação do con-

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