CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

43 a quantidades superiores a 7% (v/v) da incorpora- ção do biodiesel FAME, sem rotulagem, no gasóleo rodoviário. O biodiesel HVO pode contribuir para ultrapassar esta dificuldade. Neste novo quadro, que tarda em estar defi- nido, os resíduos e detritos da agricultura e silvi- cultura e de algumas indústrias de base agrícola ou florestal e outras, têm um elevado potencial por explorar para a produção de biocombustíveis avançados. Concretizando-se seriam introduzi- das matérias-primas sem conflitos com a cadeia alimentar e com ganhos muito expressivos de re- dução de emissões e, na maioria dos casos, sem limitações técnicas para a incorporação nos com- bustíveis rodoviários (gasóleo e gasolina). A sua disponibilização está, contudo dependente de tecnologias avançadas, algumas das quais ainda estão longe da maturidade tecnológica e de com- petitividade ainda não demonstrada. No entanto, existem outras, que com algum desenvolvimento aplicado e movimentos internos coordenados po- diam ser aproveitadas com relativo sucesso. Alguns exemplos portugueses Analisemos alguns casos com um já longo tra- balho de caracterização e com trabalho de investi- gação já desenvolvido por equipas de investidores portugueses. Qualquer um deles está em fase avançada de lançar projetos-piloto e mesmo pré- -industriais para demonstração da eficiência dos processos estudados. I – Trabalho em curso de levantamento de tecnologias conduzido pela Direção de Inovação e Investigação Industrial do Grupo Portucel 31 . APortucel jáproduz cercade 51%da energiapro- veniente de biomassa emPortugal, e que correspon- de a 4,9% da produção total de energia elétrica em Portugal. A gestão da cadeia de biomassa florestal e agrícola permite obter de forma mais sustentável, diversos produtos comelevado valor acrescentado. A – Bioetanol celulósico – alternativas de produ- ção. A biomassa celulósica é uma fonte alter- nativa para a produção de bioetanol.APortucel investiu na I&D dos processos de “desconstru- ção” da matriz lenhosa para produção de eta- nol celulósico a partir de fontes celulósicas. B–Obio óleo de pirólise de biomassa pode subs- tituir combustíveis pesados emcaldeirasmas carece ainda de desenvolvimento para me- lhorar estabilidade e normalização dos pro- dutos. C –Gasificação de Licor Negro Existem soluções desenvolvidas e já disponí- veis para gasificação de licor negro e produção de gás de síntese para queima em forno de cal em fábricas de produção de pasta celulósica (caso da Chemrec ) ou outras utilizações mais nobres. Um projeto de bioetanol celulósico em Portu- gal liderado pelo Grupo Portucel, com o apoio do LNEG, está a realizar os estudos de scale-up e aná- lise de pré-viabilidade de uma unidade flexível de produção de bioetanol com diferentes matérias- -primas celulósicas e sacarinas II – Subprodutos e resíduos do setor oleícola 32 . Valorização integrada de resíduos e subprodu- tos da extração de azeite. Definição de estratégias (múltiplas) de valorização do Bagaço de Azeitona Extratado (BAE) considerando o conteúdo em Le- nhina e extrativos muito significativo (~ 50 % po- lissacáridos). 31 Ataíde, José; Gaspar, Alexandre (Direção de Inovação e Investigação Industrial, Grupo Portucel). Combustíveis avançados de base celulósica. Conferência APE 2014 CCB, Lisboa, 9 julho. 32 Fernandes, Maria da Conceição (Investigadora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo – CEBAL). Pro- dução de Bioetanol a partir de Resíduos de Bagaço de Azeitona. Workshop Quercus. Biocombustíveis avançados para descarbonizar Portugal, novembro 2014.

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